quinta-feira, 7 de julho de 2011

Início do ano letivo - fevereiro de 2 011

Recepção aos professores e alunos no início do ano letivo - fevereiro de 2011



Biografia completa do Patrono Frei Lauro

Frei Lauro nasceu em 06 de setembro de 1927, às 14 horas, na Fazenda dos Gorduras, Município de Cássia, Estado de Minas Gerais. Fez seus estudos primários no Grupo Escolar “Melo Viana” em sua cidade natal. O ginásio, cursou na Escola Apostólica São José em Ribeirão Preto (SP). No período de 27.2.1944 a 28.2.1945, fez noviciado no Convento N.Sra.Aparecida (Capelinha) em Franca (SP). Ainda naquele Seminário cursou filosofia e teologia, no período de 1945 a 1949, completando seus estudos de teologia no Seminário São José em Gândara, Argentina nos anos de 1950 a 1951. Em 1952 cursou Aliança Francesa e Cultura Inglesa em São Paulo. Em 1956, formou-se em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia da PUC do Rio de Janeiro, onde foi aluno preferido do grande filósofo católico Alceu Amoroso Lima. Fez sua profissão simples em 28.02.1945 e sua profissão solene em 07.09.1948. Foi ordenado diácono em 22.09.1951 em Villea Calzada, Argentina. Sua ordenação presbiteral se deu em 16.12.1951 em La Plata, Argentina. Em 1952 esteve na Paróquia de Nossa Senhora da Saúde em Vila Mariana, São Paulo, Capital. De 1953 a julho de 1957, foi professor no Colégio Santo Agostinho, no Leblon, Rio de Janeiro. Foi Capelão de “Melo Mattos” e ajudou na Paróquia como Vigário Cooperador. De julho de 1957 a março de 1960 foi Diretor do Colégio Santo Agostinho de Muqui, no Espírito Santo, onde vendeu o Colégio para o Estado em fins de 1959. De 1960 a 1970 esteve no Convento de Nossa Senhora Aparecida (Capelinha), em Franca, onde foi nomeado Prior em 29 de junho de 1960, renunciando em setembro do mesmo ano. Nos triênios de 1963 a 1969 foi Conselheiro Provincial, Diretor do Boletim da Província, Diretor Espiritual do Seminário de Santa Rita de Cássia, de Ribeirão Preto e Cronista da Província.

Foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Franca, em 1963, onde foi Vice-Diretor em 1968 e 1969. Também ali, lecionou as cadeiras de História da Filosofia, Introdução aos Estudos Históricos e Teoria Geral da História, até 1969, quando foi transferido para Volta Redonda, no Rio de Janeiro, onde colaborou com Dom Valdir Calheiros, iniciando seu trabalho junto às Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s).

De setembro de 1960 até o final de 1969, foi Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Abadia, em Cristais Paulista, onde reformou a Matriz e a casa paroquial e construiu a Capela de Limeira, com alguma breve interrupção.

Participou do Capítulo Geral Especial de 1968, em que atuou como Segundo Secretário. Foi presidente da Comissão de “Missões”, que preparou o anteprojeto correspondente a Missões para as Constituições da Ordem. Durante esse tempo escreveu vários artigos no Boletim da Província e na Revista Mensageiro de Santa Rita, alguns com o pseudônimo de LABOR. Na mesma época, foi procurador da Prelazia de Lábrea no Conselho Provincial e no sul do país. No capítulo Provincial de julho de 1969, foi nomeado Superior e Diretor do Colégio “Macedo Soares” de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. No dia 03 de agosto de 1969 tomou posse do cargo, mas só pode assumir em dezembro, depois de terminar as aulas na Faculdade de Filosofia de Franca, onde foi paraninfo da turma no dia 22 de dezembro de 1969.

De 1970 a junho de 1971, como diretor do Colégio Macedo Soares, procurou organizá-lo e preparar tudo para, conforme decisão do Conselho Provincial, passá-lo para os Padres Escolápios. De junho de 1971 a 1973, esteve na Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Vitória, ES. Como Vigário, reformou a Casa Paroquial e o Salão Paroquial. Nesse tempo foi também Diretor Espiritual dos “Cursilhos de Cristandade”, membro do Conselho Presbiteral do COPAV (Centro Pastoral da Arquidiocese de Vitória), do qual foi um dos fundadores e primeiro secretário. Atuou ainda como coordenador dos grupos de reflexão da Grande Vitória.

Em 1973, passa alguns meses em Ribeirão Preto, de onde volta a Vitória, mas não como vigário e sim para continuar como Diretor Espiritual dos Cursilhos e para ajudar na Pastoral da Arquidiocese. É, então, nomeado Presidente da Comissão Pastoral para dar acompanhamento ao desenvolvimento industrial da Grande Vitória (os chamados Grandes Projetos) e Coordenador da Pastoral Urbana, continuando com os Cursilhos, com a Secretaria do COPAV e como membro do Conselho Presbiteral. Ajudou a redigir as “Pistas Pastorais” e a “Igreja que a gente quer”. Tomou parte em vários encontros de estudo de assessores da CNBB, ajudando a redigir os documentos da CNBB nº. 11 - “Diretório para Missas com grupos populares” e o nº. 19 “Batismo de Crianças” e o estudo nº. 23 “Comunidades Eclesiais de Base no Brasil - Experiências e Perspectivas”, cujo capítulo VI é todo seu.

De março de 1976 a 1984, esteve em Colatina-ES, como Vigário e Coordenador Pastoral das 60 Comunidades das Paróquias de Pancas, São Domingos e Novo Brasil. Naquelas 60 CEBs foram construídas 15 Capelas, sendo algumas bem grandes e artísticas,e 20 salões. Foram também reformadas 17 capelas e 5 salões, sem contar os pequenos consertos e pinturas. Desse tempo sua grande experiência como animador de CEBs: iniciou a Festa do Lavrador no Espírito Santo, assessorou a CPT nas CEBs rurais do Estado. Foi-lhe marcante o martírio de Francisco Domingos Ramos e Homero Patrício dos Reis, ministros assassinados na luta pela causa do Evangelho. Preparou inúmeros Círculos Bíblicos, material de reflexão, relatórios, celebrações especiais (dentre elas uma especial para os Ministros Leigos do Batismo, que mereceu um elogio especial da CNBB), material catequético, etc. Tudo mimeografado. Alguns, porém, foram impressos pela Arquidiocese. Neste período participou de vários Encontros Intereclesiais, destacando-se o Segundo e o Terceiro, dos quais foi responsável pela secretaria. Além desses, prestou assessoria a vários outros encontros de CEB’s ou sobre CEB’s. Fez parte, juntamente com os Bispos da Coordenação Pastoral, padres e leigos, da Comissão do projeto de Grande Avaliação da Caminhada Pastoral da Igreja de Vitória-ES.Em 31 de dezembro de 1984 termina seu contrato com a Arquidiocese de Vitória e uma etapa pastoral importante em sua vida, encerrando um processo de amadurecimento das CEB’s da região de Colatina-ES. Durante todo esse tempo, sua residência oficial na Ordem sempre foi a casa de Vitória-ES. Sua última missa, nas comunidades do norte de Colatina-ES, foi celebrada no dia 01 de janeiro de 1985, em São Cristóvão de Barnabé, numa das festas mais tradicionais da região.

Em março de 1985 foi transferido para a Capelinha, em Franca, para ser professor no Curso de Filosofia e dar atendimento às 11 CEB’s da Paróquia. Foi membro do Conselho de Presbíteros e do Conselho Pastoral. Fez parte de uma pequena comissão preparatória da III Assembléia da Diocese de Franca. De fins de 1985 a 1988 foi Diretor Espiritual do Seminário N.Sra.Aparecida de Franca (Capelinha).


Em 1991 foi transferido para São Paulo para tratamento de saúde (depressão psíquica), onde permaneceu até maio de 1992, quando participou da Semana Pastoral de Santo Domingo, onde foi responsável pela Palestra sobre “Comunidades Eclesiais de Base no Brasil” e a “História da Ordem no Brasil”. Aproveitou a ocasião, com a devida autorização do Conselho Provincial, para visitar Cuba, México, Guatemala, Costa Rica e Panamá, retornando a Franca para continuar as aulas do segundo semestre de 1992, reassumindo também o trabalho de Vigário junto às CEBs. Participou do 51º Capítulo Geral da Ordem, em Bogotá-Colômbia, em novembro e dezembro de 1992. No segundo semestre de 1996, foi obrigado, pelos médicos, a deixar as aulas e as atividades pastorais nas CEB’s da Paróquia, onde seu trabalho foi sempre infundir-lhes amor à Igreja, “instrumento de Deus para a salvação dos homens”, fidelidade ao Evangelho, “sempre ligando fé e vida”, e ânimo para lutar pelas transformações tão necessárias em nosso meio.

Mesmo com cuidados médicos, seu estado de saúde foi se agravando. Sua disposição, no entanto, continuava forte. Esteve presente em celebrações, encontros e assembléias, mesmo tendo que se locomover em cadeira de rodas e com muita dificuldade de se expressar. Veio a falecer, em virtude de complicações genéricas da doença de Parkinson, que sofreu por dois anos, a 11 de agosto de 1999, sendo enterrado no cemitério da Saudade, na cidade de Franca.


As comunidades da Capelinha, em sua caminhada tiveram, em Frei Lauro o grande educador. Frei Lauro foi aquele que plasmou o caráter definitivo das CEBs: um jeito novo da Igreja ser.                                             

Frei Lauro, nos conselhos, encontros, assembléias, celebrações, despertou no Povo de Deus o espírito de luta, sempre sob a luz da Palavra de Deus, por uma sociedade mais justa, fraterna, participativa. O tesouro que Frei Lauro deixou está na força que a CEB-DES tem hoje para lutar com o povo, na busca constante por melhores condições de vida, pela dignidade e cidadania, através dos serviços das Pastorais Sociais. Está na catequese dos Grupos de Quarteirão que semeia, na base do povo, o sentido premente de ligar-se Fé e Vida.

A maior homenagem que a CEB-DES presta à memória de Frei Lauro é não deixar de ser CEBs, é não esconder o seu rosto!

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